sexta-feira, 23 de maio de 2025

Censo revela que 2,4 milhões de brasileiros têm diagnóstico de autismo; predominância masculina é destacada



De acordo com dados recentes divulgados pelo Censo, o Brasil conta atualmente com cerca de 2,4 milhões de pessoas que receberam diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA). Entre esses casos, observa-se uma predominância significativa do sexo masculino, alinhada a estudos internacionais que indicam maior incidência de autismo entre meninos.


O levantamento fornece uma visão mais precisa sobre o panorama do autismo no país, incluindo informações demográficas e regionais, que poderão embasar a formulação de políticas públicas voltadas à melhoria do atendimento e da inclusão social desse grupo.


Especialistas em saúde mental e desenvolvimento infantil destacam a importância do diagnóstico precoce para garantir intervenções terapêuticas eficazes, que possam potencializar as habilidades e o bem-estar das pessoas com TEA. O acesso a serviços especializados, no entanto, ainda enfrenta desafios em diversas regiões do país, o que evidencia a necessidade de ampliar programas e recursos públicos.


Além disso, o estudo reforça a relevância de campanhas de conscientização para derrubar preconceitos e promover a valorização da diversidade neurológica, buscando criar uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para autistas e suas famílias.


Com os dados oficiais do Censo, espera-se que o governo e as instituições possam desenvolver estratégias mais assertivas, promovendo educação, saúde e suporte social adequados, para garantir que todos os brasileiros com transtorno do espectro autista tenham seus direitos respeitados e oportunidades ampliadas.


Araguaína, 23 de maio de 2025

Reportagem de Marina Alves


Morre aos 65 anos Raimundo Alves Rocha, referência no setor farmacêutico de Araguaína

Com imenso pesar, a equipe do Tocantins FM News presta suas sinceras condolências pelo falecimento do querido Raimundo Alves Rocha, nascido em 22 de abril de 1960, um dedicado farmacêutico que marcou a história da cidade com seu compromisso inabalável com a cura e o cuidado ao próximo.

O corpo será velado hoje, a partir das 5h da manhã, na Pax Social, localizada na Rua Santa Cruz, em Araguaína. O enterro está marcado para as 17h no Cemitério São Lázaro. Raimundo não atuava apenas como profissional da saúde; ele exercia uma verdadeira missão de amor e compaixão, refletindo os valores cristãos do cuidado ao próximo, da solidariedade e da fé. Durante sua vida, dedicou-se a ajudar quem sofria, oferecendo não apenas medicamentos, mas conforto e esperança.

Além de seu trabalho exemplar, Raimundo foi um filho devoto, zelando com carinho por sua mãezinha, que hoje atravessa a dolorosa perda do filho amado.

Faleceu no dia 22 de maio de 2025, aos 65 anos, vítima de problemas de saúde, no leito do hospital. Deixa filhos, netos, muitas saudades, um legado inspirador e profunda admiração. Foi um grande amigo de Araguaína e pioneiro em sua área de atuação.

Que o Deus eterno o receba em seus braços e conceda força, paz e consolo à família enlutada.

A equipe do Tocantins FM News se une em oração e desejo de conforto a todos que compartilham esta perda irreparável.


Reportagem por: João Ribeiro Silva

22 de maio de 2025


quinta-feira, 22 de maio de 2025

Araguaína: A Pujante Capital Econômica do Tocantins e Seu Potencial de Crescimento

 Araguaína: A Pujante Capital Econômica do Tocantins e Seu Potencial de Crescimento

(Foto: avenida via lago)

Localizada no coração do Matopiba — a maior fronteira agrícola do país — Araguaína destaca-se como a capital econômica do Tocantins, consolidando-se como um polo de desenvolvimento robusto e multifacetado. Com uma população crescente que ultrapassa os 180 mil habitantes, a cidade vive um momento singular de expansão econômica, com destaque para os setores de serviços, comércio, indústria e agronegócio.

(Foto: novo shopping da cidade)


O Potencial Econômico da Região

A localização estratégica de Araguaína, próxima às principais rodovias que ligam o Norte ao Centro-Oeste, somada à sua inserção no Matopiba — que reúne os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — proporciona um ambiente fértil para investimentos, especialmente no agronegócio, setor que apresenta crescimento acima da média nacional.

(Foto: região matopiba)


Dados recentes indicam que o PIB de Araguaína cresceu mais de 35% nos últimos cinco anos, reflexo direto do fortalecimento do comércio local, expansão da indústria e o dinamismo no setor de construção civil. Além disso, a cidade registra índices positivos de geração de emprego formal, sinalizando o vigor de sua economia.

Entrevista com Welliton Lourenço Silva, Empresário Local

(Foto: Welliton Lourenço)

Para entender melhor esse cenário, conversamos com Welliton Lourenço Silva, proprietário da WS Marmoraria, que atua também nos segmentos de vidraçaria, esquadrias de alumínio e móveis sob medida.


Joana Ribeiro: Welliton, como você avalia o atual momento econômico de Araguaína?


Welliton: “Vejo Araguaína em plena transformação. A cidade está crescendo de forma sustentável, com uma economia cada vez mais diversificada. Não é apenas o agronegócio que impulsiona o desenvolvimento, mas também a força do comércio, dos serviços e da indústria local. Nosso trabalho na aqui na empresa, por exemplo, tem acompanhado esse movimento, já que a construção civil está cada vez mais aquecida.”


Joana Ribeiro: Quais são as principais oportunidades que você enxerga para empresários em Araguaína?


Welliton: “O potencial aqui é enorme. A região do Matopiba é um celeiro de oportunidades, especialmente para quem atua com soluções que atendam a demanda crescente de infraestrutura e qualidade de vida da população. Vidraçarias, esquadrias e móveis sob medida são setores que acompanham o crescimento da construção e da urbanização. Além disso, a cidade tem atraído investimentos em energia, tecnologia e serviços, o que amplia o mercado para diversos empreendimentos.”


Joana Ribeiro: E quais desafios ainda precisam ser superados para que Araguaína continue crescendo?


Welliton: “Acredito que o principal desafio é manter o equilíbrio entre o crescimento rápido e a qualidade dos serviços públicos, como educação, saúde e mobilidade urbana. Para isso, é fundamental o engajamento público e privado em busca de soluções integradas. Mas o que me anima é a vontade dos araguainenses e dos empresários de investir na cidade e transformar esse crescimento em desenvolvimento para todos.”


Joana Ribeiro: O que você espera para o futuro da economia local?


Welliton: “Tenho muita confiança no futuro de Araguaína. A cidade está no caminho certo para se consolidar como o principal centro econômico do Tocantins e um polo regional que atrai talentos e investimentos. As minhas empresas vão continuar acompanhando esse movimento, investindo em qualidade, inovação e atendimento personalizado. Estamos preparados para crescer junto com nossa cidade.”


O Futuro Promissor da Capital Econômica

Araguaína não é apenas um centro urbano em expansão — é o motor que impulsiona o Tocantins rumo a um futuro promissor. O dinamismo do seu comércio e indústria, aliado ao crescimento do agronegócio na região do Matopiba, reforçam a importância estratégica da cidade.


Com empresários como Welliton Lourenço Silva atuando com visão empreendedora e comprometimento, Araguaína consolida seu papel como polo econômico regional, atraindo investimentos, gerando empregos e melhorando a qualidade de vida de sua população.


Matéria assinada por:

Joana Ribeiro Silva

Repórter Freelance – Tocantins FM News

Feijoada Beneficente do Cantinho do Vovô reúne solidariedade e sabor em Araguaína



No próximo dia 31 de maio, a partir das 12h, acontece a tradicional Feijoada Beneficente do Cantinho do Vovô, evento realizado no próprio abrigo de idosos localizado em Araguaína. Com ingresso ao valor de R$ 50,00 para a feijoada completa, os ingressos podem ser adquiridos na loja Kital Produtos Naturais e laboratório bonamigo.

A iniciativa é organizada pela Loja Maçônica Cláudio Neto nº 04, com o importante apoio das suas esposas, que carinhosamente formam a “Colmeia da Amizade”. Todo o recurso arrecadado na feijoada, assim como na Costelada realizada anualmente em outubro, é destinado para melhorias estruturais e manutenção dos aposentos dos idosos acolhidos no Cantinho do Vovô.



O abrigo atualmente acolhe 21 idosos que, por circunstâncias pessoais e ausência de familiares capazes de prover cuidados necessários, encontram ali um lar com acompanhamento contínuo de enfermeiras e técnicas especializadas. Além do suporte profissional, eles contam com visitas frequentes da sociedade, que contribuem não apenas financeiramente, mas também no aspecto emocional, oferecendo carinho e atenção a quem tanto contribuiu para a construção da sociedade.



Martim Júnior, empresário local e maçom tesoureiro da Loja Cláudio Neto, destaca a importância desse trabalho:

“Nosso abrigo de idosos é mais que um lugar, é um verdadeiro lar. Muitos desses velhinhos não têm familiares por perto, e é por isso que a gente assume com muito carinho e responsabilidade esse papel de cuidar deles, garantindo que tenham dignidade e qualidade de vida. Eventos como a feijoada são fundamentais para manter esse cuidado sempre de portas abertas.”

(Foto: Martim Júnior)

Apesar dos esforços de diversas esferas, a demanda por cuidados especializados aos idosos no estado do Tocantins ainda é grande e nem sempre atendida com a completude necessária, o que tem motivado entidades privadas como essa loja maçônica a exercerem um papel essencial de amparo e suporte.


A Feijoada Beneficente do Cantinho do Vovô é uma excelente oportunidade para a comunidade local unir forças em torno de uma causa nobre, saborear uma deliciosa refeição e ajudar a manter viva a missão de cuidar daqueles que tanto já fizeram por todos nós.


Adquira seus ingressos e ajude a manutenção e expansão deste excelente ato de amor.

Para mais informações e aquisições de ingressos 

Telefone 63 3414-3401 


Companhia Industrial da Bacia Amazônica (CIMBA): o motor que revolucionou Araguaína e moldou o norte do Tocantins

 Araguaína, 22 de maio de 2025 – A década de 1960 foi um período decisivo para a história de Araguaína e da região norte do Tocantins, marcada pela chegada da Companhia Industrial da Bacia Amazônica (CIMBA), uma iniciativa visionária dos irmãos Benedito Vicente Ferreira e Ademar Ferreira. O impacto da CIMBA ultrapassou as fronteiras da indústria mineral, impulsionando um desenvolvimento econômico, social e cultural que permanece vivo na memória da população e no legado da região.

O contexto histórico: uma região em transformação


(foto: Sen. Benedito Boa Sorte com o a época Presidente do Brasil, Ernesto Geisel - 1978)

Naquela época, Araguaína ainda era uma pequena cidade localizada na então zona rural do norte de Goiás, que só viria a se tornar o estado do Tocantins em 1988. A economia local era limitada à agricultura de subsistência e ao comércio modesto, com poucas indústrias e infraestrutura bastante incipiente. Foi neste cenário que os irmãos Ferreira decidiram apostar em um projeto ousado: a instalação da CIMBA. 

A Cimba, foi a primeira indústria da cidade e do norte goiano, com atividades voltadas para a extração de madeira, refinamento e envasamento de óleo de babaçu, beneficiamento de algodão, empacotamento de arroz e produção de sabão.  



Segundo relatos históricos, os Ferreira, mais conhecidos pela alcunha de ‘Os Boa Sorte’ — nome originado por terem vindo de Goiânia após a fundação e sucesso do atacadista de secos e molhados situado na Avenida Anhanguera, chamado ‘Armazém Boa Sorte’ — eram irmãos órfãos de pai e mãe ainda na infância. Vindos de origens humildes, possuíam uma visão empresarial aguçada e sabiam da importância de investir em uma indústria capaz de gerar empregos, atrair investimentos e promover a modernização da região.

"Eles acreditavam que a industrialização seria o caminho para transformar Araguaína e seus arredores em um polo de desenvolvimento sustentável e dinâmico," conta Paulo Vicente Ferreira, neto de Benedito, em entrevista exclusiva.

A fundação da CIMBA e o início de uma revolução econômica

(foto: Cimba 1963)

Fundada oficialmente no início dos anos 1960, a CIMBA rapidamente se tornou uma das maiores indústrias da região. Seu principal foco era o processamento mineral, aproveitando a riqueza natural da Bacia Amazônica e agregando valor à economia local. A implantação da CIMBA não significou apenas a chegada de uma nova empresa, mas uma verdadeira revolução que atraiu milhares de trabalhadores e suas famílias, mudando o perfil demográfico e social da cidade.

O êxodo populacional provocado pela CIMBA foi um dos fenômenos mais marcantes da história regional. Pessoas de vários estados brasileiros — como Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Pará e Maranhão — migraram para Araguaína em busca de trabalho e melhores condições de vida. “O crescimento populacional foi exponencial. De uma cidade pequena e pacata, Araguaína tornou-se em poucos anos um centro urbano pujante e repleto de oportunidades,” lembra o historiador local Carlos Mendonça.

O papel multifacetado dos irmãos Ferreira: indústria, agroindústria e mídia

Os irmãos Benedito e Ademar Ferreira não pararam por aí. Além da CIMBA, foram os idealizadores e fundadores do frigorífico Frimar, que dinamizou o setor agroindustrial local, trazendo tecnologia e novos mercados para a região. Paralelamente, investiram fortemente em comunicação com a criação da Rádio e Televisão Boa Sorte — veículos pioneiros que até hoje fazem parte da história midiática do Tocantins.

Entre esses empreendimentos, destaca-se a Rádio Som Araguaia, instalada dentro das dependências da CIMBA. Foi a primeira emissora AM da cidade e uma das mais potentes da região. Seu sinal conseguia alcançar localidades distantes como Anápolis, em Goiás, a mais de 1.000 quilômetros de Araguaína — um feito tecnológico impressionante para a época. A rádio desempenhou papel fundamental na divulgação de notícias, na promoção cultural e na integração social da região.

“Rádio Som Araguaia era muito mais que uma estação de rádio — era uma ponte que unia comunidades distantes, levando informação, música e esperança para um povo que buscava se afirmar,” destaca Paulo Vicente Ferreira. “Ela ajudou a criar um senso de pertencimento e identidade regional.”

O impacto social e urbano do crescimento industrial

A chegada da CIMBA gerou uma transformação profunda na estrutura urbana de Araguaína. Para acomodar os trabalhadores e suas famílias, foram construídas moradias, escolas e serviços públicos, o que estimulou o desenvolvimento da cidade em vários níveis. A infraestrutura urbana começou a se modernizar, com melhorias nas estradas, no fornecimento de energia elétrica e saneamento básico.

Além disso, a presença da indústria fomentou a diversificação econômica, incentivando o comércio, a prestação de serviços e o surgimento de pequenos negócios locais. “Foi um ciclo virtuoso. A CIMBA criava empregos diretos, o que aumentava a renda e estimulava o consumo, gerando mais oportunidades para toda a comunidade,” explica o economista regional Marcos Leal.

Parque CIMBA: a preservação da memória industrial

(foto: Antiga Área da Indústria - Atual Parque Cimba)

Hoje, onde funcionava a CIMBA, está localizado o Parque CIMBA, um espaço público criado para preservar as ruínas da antiga indústria como patrimônio histórico e cultural de Araguaína. As estruturas remanescentes — galpões, maquinários enferrujados, pilares e fundações — são testemunhas silenciosas de um passado de progresso e empreendedorismo.

“O Parque CIMBA é um monumento vivo da história da cidade e um espaço para as futuras gerações aprenderem sobre as raízes do desenvolvimento local,” afirma a secretária municipal de cultura, Ana Cláudia Martins. “A preservação dessas ruínas é fundamental para manter viva a memória coletiva.”

A trajetória de Benedito “Boa Sorte” Ferreira e o legado político

O livro “De Engraxate a Senador” (Editora Kelps, Goiânia-GO, 2008), escrito por Paulo Vicente Ferreira, narra a inspiradora trajetória do seu avô Benedito Vicente Ferreira, conhecido popularmente como Benedito “Boa Sorte”. De origem humilde, Benedito construiu uma carreira política notável, chegando ao Senado Federal e influenciando decisivamente as políticas públicas do Tocantins e da Amazônia.

“Meu avô sempre teve o sonho de melhorar a vida das pessoas de sua terra e da região amazônica. A CIMBA foi parte desse projeto de transformação, assim como o frigorífico, a rádio e a televisão,” conta Paulo. “Ele era um homem que via a política como uma ferramenta para o desenvolvimento e inclusão social.”

O impacto cultural e midiático da Rádio e Televisão Boa Sorte

A criação da Rádio e Televisão Boa Sorte foi um marco para o Tocantins, levando informação e entretenimento a milhares de pessoas. Esses veículos foram responsáveis pela promoção da cultura regional, pela divulgação de notícias locais e pela formação de uma consciência política e social na população.

A televisão, ainda em seus primórdios na região, ajudou a aproximar as comunidades rurais e urbanas, enquanto a rádio continuava a ser o principal meio de comunicação popular.

“Eles souberam usar a comunicação para fortalecer a identidade local e abrir espaço para vozes que antes não eram ouvidas,” analisa o jornalista local José Almeida.

Um legado que inspira o futuro

Paulo Vicente Ferreira acredita que a história da CIMBA e da família Ferreira é um exemplo vivo do poder da visão, do trabalho duro e do compromisso social para transformar realidades. “Conhecer nossa história é essencial para que possamos aprender com o passado e construir um futuro mais justo e próspero para Araguaína e toda a região amazônica,” conclui.

(foto: Paulo Ferreira)

O legado da Companhia Industrial da Bacia Amazônica não está apenas nas ruínas ou nos documentos históricos, mas na vida de milhares de pessoas que tiveram suas vidas transformadas e nas perspectivas de desenvolvimento sustentável que continuam a inspirar líderes e empreendedores até hoje.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Seu imóvel está regularizado? Entenda a importância da escrituração e do registro para garantir segurança jurídica e evitar prejuízos



Adquirir um imóvel é um dos maiores sonhos e investimentos que uma pessoa pode realizar. Seja um terreno, casa, apartamento ou sala comercial, a aquisição representa não apenas um bem patrimonial, mas também segurança e estabilidade para o futuro. No entanto, o que muitos não sabem é que comprar um imóvel e não fazer a devida escrituração e o registro em cartório é um erro que pode custar caro – tanto em dinheiro quanto em dor de cabeça.


A falta de regularização é um problema mais comum do que se imagina em cidades como Araguaína. Muitos compradores acreditam que o contrato de compra e venda ou um recibo informal já são suficientes para garantir a posse e a segurança do bem, quando na verdade, sem a escrituração e o registro no Cartório de Registro de Imóveis, o comprador não é considerado legalmente o proprietário.

O que é a escrituração e por que ela é tão importante?

A escritura pública é o documento lavrado em cartório que formaliza a transferência do imóvel entre as partes, com todos os dados legais do negócio. Ela é obrigatória sempre que o valor do imóvel ultrapassa 30 salários mínimos. Já o registro da escritura no Cartório de Registro de Imóveis é o que efetivamente transfere a propriedade de forma legal.

Sem esse registro, o imóvel continua juridicamente no nome do antigo dono, mesmo que o comprador esteja morando no local e pagando impostos.

Segundo Thiago Anselmo Guimarães, tabelião em Porto Nacional – Tocantins, 

"A escrituração é o primeiro passo para garantir segurança jurídica na compra de um imóvel. Sem a escritura pública e seu devido registro, o comprador não tem a propriedade legal reconhecida, o que pode gerar inúmeros problemas futuros, incluindo disputas judiciais e dificuldades em provar a posse."



Os riscos de não regularizar um imóvel

Para esclarecer as implicações dessa negligência, o Notícias Araguaína entrevistou o advogado Dr. Paulo Vicente Ferreira, especialista em Direito Imobiliário, atuante há mais de 10 anos na área.


“É muito comum encontrar pessoas que compraram imóveis há anos, pagaram tudo corretamente, mas nunca fizeram a escritura ou o registro. Essas pessoas estão em uma situação extremamente vulnerável, porque juridicamente o imóvel não pertence a elas. Em caso de morte do vendedor, dívidas judiciais ou disputas familiares, o comprador pode perder tudo,” explica Dr. Paulo.


Além disso, imóveis não regularizados não podem ser usados como garantia em financiamentos, não geram herança legalmente reconhecida, e tampouco podem ser vendidos com segurança. “É como se a pessoa estivesse vivendo em uma casa que não é dela. E na prática, perante a lei, realmente não é,” afirma o advogado.


Regularização traz valorização patrimonial

Além da segurança jurídica, regularizar o imóvel garante a valorização do patrimônio. “Um imóvel escriturado e registrado pode valer até 30% mais do que um imóvel com pendências documentais. E ele pode ser vendido mais rapidamente, pois transmite confiança ao comprador”, destaca Dr. Paulo Vicente.


Ele também reforça que a regularização do imóvel facilita o acesso a programas de habitação, financiamentos bancários e isenções fiscais em certos casos. “Ter a documentação em ordem abre portas que o imóvel irregular jamais abriria.”

Mas e se o imóvel for antigo ou estiver em área irregular?

Nesses casos, o processo pode exigir mais etapas, como a regularização fundiária, georreferenciamento e, em alguns casos, ações judiciais. “O ideal é procurar um advogado especializado o quanto antes, porque cada dia que passa sem regularizar é um risco a mais que o proprietário corre,” orienta Dr. Paulo.


Cuidado com promessas de compra sem escritura

O advogado também alerta sobre negócios informais ou de boca: “Nunca compre um imóvel apenas com um recibo ou contrato informal. Sem o registro, não há segurança. Já atendi clientes que perderam todo o investimento porque confiaram em promessas de terceiros ou fizeram negócios sem orientação jurídica.”

A escritura e o registro não são gastos, são investimentos em segurança

Regularizar um imóvel deve ser encarado como uma etapa essencial do processo de aquisição. Escriturar e registrar são formas de proteger o seu bem mais valioso: o lar ou o seu patrimônio.


Dr. Paulo Vicente Ferreira finaliza com um conselho direto:


“Não importa se a compra foi à vista, por contrato ou entre conhecidos. Se não foi registrada, não está protegida. Um imóvel sem escritura e registro é uma bomba-relógio. Cuide da sua propriedade com a seriedade que ela merece.”